Nefasto
destino que percorre veredas secundárias encobrindo de adornos a vida.
Desmesurada manhã, cujo pensamento abstrato e ancorado na razão, reflete o
dramático cotidiano do homem em face de seu destino.
À experiência
singular de vidas envolvidas com uma forma obscura vivem a obrigação moral que
a sociedade lhes reserva. Por um instante, se distanciam da realidade para
recriar o tempo que perderam.
Pálido
amanhecer que legasse a tarde uma noite sombria tacitamente aceita por todos. Um
embate de um eu contra si mesmo tem como substrato o desassossego interior, a
eliminação psicológica e física da alma humana.
Ó Saturno,
ampara as almas melancólicas esculpidas pela tradição trágica do pensamento
ocidental. Exorciza demônios e espíritos malignos que fazem doer o corpo insano
e afastam do perigo e do medo que são inerentes ao viver.
A morte
anunciada desde o nascimento atormenta os transeuntes desta nau a deriva.
Abandonando a si mesma no decorrer da existência preferiu não deixar o corpo
intacto adormecendo na eternidade das reticências poéticas.
Deixando o corpo,
a alma triste deixa um recado póstumo:
— Despejarei
pela boca as ideias de ontem e darei vozes às palavras indigestas!
José Lima Dias
Júnior — 15.08.2013.
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