Expostos à
luz do dia
surgem em
meio à miséria
olhos
esquecidos,
olhos
imóveis,
olhos vivos,
olhos
assustadores,
olhos de
dores...
sem costumes,
sem palavras,
criaturas
mudas, apagadas pela insensatez humana,
exalam o
cheiro da embriaguez dominical.
No tempo de
sua juventude multicolorida
o sujeito
lido retalha
em farrapos a
pele miserável
que lhe cobre
o corpo.
O alarido dos
pássaros quebra o silêncio geral.
as horas
frias vivem a melancolia dos dias
que vai e vem
no pêndulo do tempo
com cólicas e
sem saber gozar a vida.
podemos
vê-las arrastando-se como serpentes em solo quente.
Não tendo
nada melhor para fazer
as manhãs
encolerizadas
pareciam
traços atrozes fixos na paisagem
anátemas faz
morada no tempo que assiste todos os dias a morte
como o único
fim.
A arte
parcimoniosa filtra as feições matinais, agitando-se febrilmente
no rosto
lívido da vida.
José Lima
Dias Júnior — 25.08.2013
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