Algo que
enleva a alma que resulta num português com a melodia das línguas africanas, da
vida solitária, em meio às palavras revela o equilíbrio à beira do abismo dos
problemas sociais e individuais e, por fim, da vida estilhaçada. A descrição de
suas vidas jamais traz qualquer julgamento, mas a compreensão dos dilemas do
homem moderno.
Reúne-se o
amanhã numa narrativa simples e lírica, repleto de influências matinal e
belíssimo cenário. Marcado pela incerteza e pelo absurdo da existência, o
espírito livre, apresenta-se em formato de bolso após a expulsão do paraíso. Ao
longe “as flores do mal” acenando tchau decifram um enigma engenhoso que o
arrasta para uma aridez mórbida.
O panorama da
vida diária tem como pano de fundo o mundo sombrio de Dante Alighieri, onde o
homem mergulha numa caçada delirante para encontrar respostas antes que seja
sufocado pelo mundo que criou. Metamorfoseado por um apocalipse privado é
arrastado para um universo angustiante, onde códigos e símbolos, anjos e
demônios, anunciam a Boa Nova, noticiando aos mortos a descida aos infernos
cotidianos.
No pé do altar
ofereceu a alma ao corpo para sacrifício... Antes de enlouquecer guardou as
flores mortas em casa... Assim, “cada um se extasia a seu modo”, pensou Nicolai
Vassilievitc Gogol (1809-1852).
José Lima Dias
Júnior, 10:16, 11/08/2013.
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