domingo, 11 de agosto de 2013

No pé do altar...



Algo que enleva a alma que resulta num português com a melodia das línguas africanas, da vida solitária, em meio às palavras revela o equilíbrio à beira do abismo dos problemas sociais e individuais e, por fim, da vida estilhaçada. A descrição de suas vidas jamais traz qualquer julgamento, mas a compreensão dos dilemas do homem moderno.

Reúne-se o amanhã numa narrativa simples e lírica, repleto de influências matinal e belíssimo cenário. Marcado pela incerteza e pelo absurdo da existência, o espírito livre, apresenta-se em formato de bolso após a expulsão do paraíso. Ao longe “as flores do mal” acenando tchau decifram um enigma engenhoso que o arrasta para uma aridez mórbida.

O panorama da vida diária tem como pano de fundo o mundo sombrio de Dante Alighieri, onde o homem mergulha numa caçada delirante para encontrar respostas antes que seja sufocado pelo mundo que criou. Metamorfoseado por um apocalipse privado é arrastado para um universo angustiante, onde códigos e símbolos, anjos e demônios, anunciam a Boa Nova, noticiando aos mortos a descida aos infernos cotidianos.

No pé do altar ofereceu a alma ao corpo para sacrifício... Antes de enlouquecer guardou as flores mortas em casa... Assim, “cada um se extasia a seu modo”, pensou Nicolai Vassilievitc Gogol (1809-1852).


José Lima Dias Júnior, 10:16, 11/08/2013.


Nenhum comentário:

Postar um comentário