terça-feira, 20 de agosto de 2013

Afetos mal-ditos


 
O indizível petrifica
e torna estático
o que Há em nós.

Não é fácil se livrar
dos afetos mal-ditos
que, sorrateiramente,
travestidos de candura
insiste em nos deter.

Arvora-se um Ser (In) previsível
que vive para o desejo e
suas múltiplas manifestações
acenam para um corpo
desejante e desejado.

desejo tácito que
enquadra-se no
pensamento primitivo
dos impactos engendrados
para cumprir a produção da espécie.

A cartografia do desejo reconstrói
a irrefletida desconstrução do real
onde os afetos válidos, candentes de anelos,
interiorizam-se pela realidade
que pintaste com as cores do imaginário.

Na subjetividade do homem
esconde-se o medo,
suprime o desejo
para não ser enquadrado
pelo julgamento da moral.
apartados de suas intensidades
e propósitos, corpo e alma,
estabelecem um diálogo
sem serem enxergados.

Não há espaço nem vicissitudes
Que normalize a dimensão fugaz
Do fluxo permanente que há nós.

É justamente esse horizonte
que nos atravessa a aparência
explícita do lugar... Devotos
enredam-se aos tormentos,
inocentes e cruéis, que criaram.



José Lima Dias Júnior  — 19.08.2013

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