domingo, 11 de agosto de 2013

Ofegante angústia



Um grito dissonante ávido por compreender a alma humana não se encontra menos latente diante da realidade vivida. Experimentamos diante da vida um espetáculo hediondo, uma hecatombe.

Dissecar os dias por inteiro, a simples claridade que lhe provoca uma alegria em ritmo agradável não impede que a vil natureza humana seja fragmentada, como se tudo a sua volta parecesse ser abjeto e sórdido.

Debruçada sobre seus ombros, a tarde se reconhece entre a claridade que ilumina sem descanso àquela direção. Através das fendas da retina multicor um arrebol abrasado pelo vermelho vivo anuncia um crepúsculo em sangue.

E o homem, apesar de seu desejo, tornando-se incapaz de desviar-se não dissipava seu terror. Numa moldura vazia contempla as manhãs de ofegante angústia, já que havia embrulhado todos os risos e prantos.

Prestes a explodir, o sol cobria por inteiro a carne da gente onde os pés pareciam pregados ao chão. Emergiam no firmamento pequenas nuvens que, cada vez mais numerosas, aquietavam o canto desafinado dos homens.


José Lima Dias Júnior, 13:38, 11/08/2013.



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