terça-feira, 20 de agosto de 2013

Natureza humana

  



O lírico de si,
vagabundeando
noite afora.
o cuidado do outro,
deserdado da ordem cartesiana
de um vulto que se desloca
através da extraordinária
singularidade seminal
do ventre livre que me pariu.

O tempo aguçado
incorpora a torpeza
das manhãs revestidas
de uma mordaz dessublimação
onde a alma
em sua intrincada perversão
circunscreve o espaço que há em si.

Assentada no edifício dantesco,
de sua Própria “divina comédia”,
a natureza humana
paira sobre as pessoas e as coisas,
 esparsa e obscura,
onde essa metade de si
que recusa a prosseguir por entre
a submissão falsificada
dos cânticos que os poetas lhes dedica
removeria o Mal supremo e
edificava a alegoria de metáforas orgânicas
com retratos debilitados pela miséria.



José Lima Dias Júnior  —  19.08.2013

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