Vi o tempo
descolorido,
Amontoado de
velharias...
Vi o trabalho
prosaico —
Na mão de um
ser humano,
Vi a morte, vi
a vida,
Vi a
intervenção de Ticiano em sua arte,
Vi a tarde
entristecida,
Com intensos
reflexos de luz,
Vi a vontade
decorativa do pintor,
Enlanguescida pelas
cores vivas
— que revela
uma personalidade insegura e doente.
Vi o ímpio, vi
o crente,
Penetrando em
nossas mentes,
Tão arcaico,
tão demente.
Vi a alegria,
vi o sofrimento,
Vi o grito em
desespero
Expressar a fé
nos valores individuais do homem.
Vi um
horizonte com ausência de linhas,
Vi um
temperamento patético e misticamente exaltado,
Vi a cores tão
irreais de um mundo alucinado.
Vi a noite tão
fria chegar de madrugada,
Vi o ventre,
vi a sina,
A beleza feminina
versejando na esquina.
Vi as tramas,
vi as astúcias,
Vi um sol
amarelo acidulado abrasado pelo vermelho vivo,
Vi um homem
perdido em volta de uma fé beata e milagreira,
À procura de
efeitos gratuitos.
Vi a luz jogando
fora
Restos de
verniz escuro
Mergulhando em
vermelhos e amarelos pálidos o passado e o futuro.
Dedico a João, visionário-lunático, da Comunidade do Lajedo.
José Lima Dias
Júnior, 17:28, 09/08/2013.
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