quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Lá no sertão


Em noite de lua
Cheia a sala e cozinha
A comida na mesa
Um grito de solidão
Encruzilhada na estrada
Leito seco maculando o coração
Cada instante, um instante
Labaredas riscando os céus
De anelos e canções
As lembranças espalhadas pela casa
A saudade que consome,
Arrebatando o silêncio,
Corre e leva um recado pra ela
A chuva que cai faz brotar
Versos que nascem da janela
Quem passa por lá ver —
Pés descalços correndo
Na direção dos dias
A manhã despenteada
Sorrindo alegra o rio
Os pensamentos sem rumo
Voam na tentativa de te consolar
Os segredos guardados na sombra dos araçás
Passarinhos presos na gaiola
Liberdade de ilusão
Bem te vi pousa no galho
Soltinho na vastidão
Clima seco, hostil a terra
Sangra em brasa o meu sertão.


José Lima Dias Júnior  — 29.08.2013






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