sexta-feira, 30 de agosto de 2013

O grande teatro humano


Transparece no curso do tempo
O pensamento
As palavras
Os dias
As vidas
Separadas em realidades muito distintas
Encontram eco no homem inacabado
A volta de Ulisses para casa
Uma grande cruzada
As tragédias gregas
A construção de um novo homem
O anticristo tão decantado por Nietzsche
Lançando novos olhares sobre velhas coisas
Um novo homem — “super-homem.”

Livre das promessas celestiais
Dos valores cristãos
Este novo ser que transforma
Definitivamente o curso da humanidade acena para o futuro.

O homem enfermo
Preso as suas dores e contradições
Lidando com suas indigências — Nega a vida
Traz na memória os dilemas humanos,
O abandono dos dias que neles vive.

Recusamos nossas vidas para viver alheio ao nada
Os silogismos morais encaixando-se nas relações pessoais
Um caminho percorrido entre romances e contos
Que se deixa revelar em seus personagens o mundo que criamos
Manifestando-se as vozes dos narradores de nossas obras.

Microcosmos humanos
Descrevem um caráter perverso tingido pelo cinismo
Aquilo que é inaudito não pode ser execrável.
Ao esconder sua próprias hipocrisia
O homem reabilita sua dor desvendando o espírito humano.

Teu lado dionisíaco mostra a frugalidade e o regaço das almas livres.
Mas, acorrentados aos valores morais os homens parecem definhar
Diante da realidade que criaram.

Onde está a verdade?
Será que ela é indizível?

A verdade se torna visível quando colocamos a racionalidade como
Principal elemento do conhecimento.
O tormento de Zaratustra quando foi tentado pelos sentimentos cristãos — armadilhas de almas mórbidas.
Agora, recolho os despojos da guerra que não causei quando havia me tornado um mendigo.
Assolado por uma força que lhe sobrepõe, o ingênuo homem vive na pele todos os valores que ele criou.
Toma emprestado do tempo um abraço de despedida
Um passeio público, uma relógio, uma vida... Coisas de criança
Que na figura do demiurgo era trazida aos homens qualquer coisa existente.
Nesse grande teatro — a vida
Discorre por sobre o tempo
Afirmando ser o homem
A extensão do universo
Do verso, reverso
Das ações humanas, inumanas...
Cada um a seu modo.


Dedico ao amigo David de Medeiros Leite, professor, escritor e poeta.


José Lima Dias Júnior — 29.08.2013

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