sábado, 28 de setembro de 2013

Em sintonia com algo transcendente...

Imagem do filme Thor: O mundo sombrio


Verbo livre, extremo, inquieto. Pelo vento se espalha num “exercício poético”. Como velhos arquétipos de jovens escritores eis o reflexo de um lirismo canônico.

Mar absoluto, esquina do litoral tipicamente imagética. Flutuava sobre o silêncio da melancolia e das memórias da infância entre terra e oceanos.

Atmosfera urbana cercada pela solidão e pelo medo, cuja sombra, sem limites, sujando a luz da noite nega-se a penetrar em espaços coloridos.

A sombra, sem brilho, vaga e sem enredos, insiste em não se aproximar da presença relativa da luz. Assim, desfeita a luz, acoberta a penumbra entorpecida de formas transitórias quase sem vida, sem alma, sem cor.

Numa dispersão, já distante, repousa noutros mares minha adolescência. Gestos empoeirados, sem movimentos, desprendidos semeiam negras rosas filhas da mesma haste em flor.

Assim, disfarçado, incorporo enredos coloridos que abrigam nuvens derretidas molhando um rude sol amedrontado pela cálida neblina tão fria e indiferente.

Triste sombra que insensível fica a luminosidade da luz angustiada pelo corpo opaco. Libertando-se busca encontrar nos escuros tons os ensejos perdidos soterrando os êxtases matinais.

Cruzando os indigentes horizontes, onde o impossível não possa existir, a morte insepulta, jaz muda, derrama-se pelos charcos potenciando os espasmos do transe.




José Lima Dias Júnior — 28.09.2013

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