Um mundo proibido de novas ideias não era possível naquele
ambiente. Pelo labirinto multicor o que
se via era uma propaganda panfletária de inspiração libertária, onde os
revolucionários viviam a pregar a subversão social e política de um jardim em
flor.
Além de adotarem uma crítica ácida e uma proposta utópica de sociedade
sem classes costumavam guardar em garrafas de vidro a esperança de dias
melhores.
Dentro de um velho armário costumava guardar tesouros proibidos como a
Divina Comédia de Dante Aligheri, Utopia de Thomas Morus, Os miseráveis de
Victor Hugo, entre outros.
Um céu argênteo com nuvens de cores diáfanas e cristalinas anuncia a
dança das borboletas siderais; insetos lepidópteros de hábito diurnos de
antenas apicais dilatadas e asas sem frênulos. A luz intensa torna-se elemento
que anima a cópula de inúmeros insetos. Sob a imensa abóbada do firmamento em
um rodopio o arcanjo anunciador toca seu clarim aos quatros cantos do Mundo vibrante
de cambiante e reflexos de luz.
Outro anjo concede ao músico-arcanjo uma pausa a tão incansável
atividade. Temas melancólicos exprime a alma do poeta, pleno de amargura, um
contratempo ligado à visão da realidade.
Assim, invadiram espaços abandonados para contestar o caos, o jogo de
interesses e as políticas excludentes. No rosto da juventude não há no vazio a
voz silenciada das esquinas... Ganhou força as vozes nas ruas com are modernos
das mobilizações sociais ou digitais.
Mulheres, homens e jovens foram rotulados de “indesejáveis” e, como
tais, execrados da sociedade vegetal. Movidos por suas utopias esqueceram por
alguns instantes os seus ressentimentos, medos e frustrações.
José Lima Dias Júnior — 11.09.2013
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