Um menino chamado Hansan exausto após longa jornada interior, adormeceu
e perdeu o horário de saída do tempo presente que o futuro-passado roubou.
É que a cada manhã somos dilacerados pelas feras híbridas, seres mitológicos
reais que aquiescem de forma pragmática pela hiperbólica dolorosa agonia que os
dias nos impõem.
No decisivo processo de formação das coisas, seres, plantas, águas
afloraram rivalidades triviais, disputas e conflitos interpessoais. Compartilharam
numa rede social o duro e sofrido cotidiano das crianças refugiadas, mas não
minimizaram suas indiferenças e tão pouco priorizaram interesses comuns.
Encontrar um terreno fértil para se desenvolver a esperança, “planta
exótica”, aqui, no meu jardim tridimensional. Paralisou-se a cidade por alguns
dias por terem enterrado as ilusões.
Entre cactáceas e canafístula-de-besouro esconde-se um grande efeito
simbólico das catingueiras que estimuladas pela imaginação confraternizam entre
conselhos e articula-se com os juazeiros uma tentativa de insurreição
sustentável planejada por marmeleiros anarquistas.
Algumas demandas foram atendidas e o acordo foi ratificado contribuindo
para a autoestima dos seres abissais. Alguns foram perseguidos, presos e outros
deportados.
José Lima Dias Júnior — 10.09.2013
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