quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Em conversa com uma amiga lunática...



Um menino chamado Hansan exausto após longa jornada interior, adormeceu e perdeu o horário de saída do tempo presente que o futuro-passado roubou.

É que a cada manhã somos dilacerados pelas feras híbridas, seres mitológicos reais que aquiescem de forma pragmática pela hiperbólica dolorosa agonia que os dias nos impõem.

No decisivo processo de formação das coisas, seres, plantas, águas afloraram rivalidades triviais, disputas e conflitos interpessoais. Compartilharam numa rede social o duro e sofrido cotidiano das crianças refugiadas, mas não minimizaram suas indiferenças e tão pouco priorizaram interesses comuns.

Encontrar um terreno fértil para se desenvolver a esperança, “planta exótica”, aqui, no meu jardim tridimensional. Paralisou-se a cidade por alguns dias por terem enterrado as ilusões.

Entre cactáceas e canafístula-de-besouro esconde-se um grande efeito simbólico das catingueiras que estimuladas pela imaginação confraternizam entre conselhos e articula-se com os juazeiros uma tentativa de insurreição sustentável planejada por marmeleiros anarquistas.

Algumas demandas foram atendidas e o acordo foi ratificado contribuindo para a autoestima dos seres abissais. Alguns foram perseguidos, presos e outros deportados. 



José Lima Dias Júnior — 10.09.2013

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