segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Em conversa com Deus


Em silêncio pus os olhos em descanso bendizendo a alma fraca na fé. A tristeza muito mais fecunda, onde a alegria desejava esperar nascer da mesma haste às flores negras que plantei.

Misterioso abismo em que se encontram minhas cadeias. Meus atos de fé, minhas palavras, minha vontade... Ah! Eu queria!

O sangue que da carne escorre deságua no açude que secou. Oculto todo segredo do tempo que não restou. À noite revolve-se e esfrega-se por baixo de teus cabelos. Minhas loucuras vãs suavemente subtrai da tua boca o furor da juventude.

Exposto aos olhares de toda a gente, resgatado por Vós, suportei com paciência e colhi a vindima no vale das lágrimas. Pérfidas palavras trespassadas nas entranhas prolongam os espasmos da alma. Um sopro de contradição atinge teu universo quase jactância.

Deparei-me com uma verdade escusa que aborrecem os homens. Porém, retomei minha liberdade. Rudemente suportei se ausentando de mim e me lavei com a água santa de um anjo-querubim que me perdoou das horrendas fraquezas de morte.


José Lima Dias Júnior  — 02.09.2013


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