Verdadeiramente
viva
a vida se
agita
apesar das
dores anunciadas.
Não escondo
minhas feridas
abertas,
lânguidas, doentias.
Ainda que
gosto da dor que me consome
alegro-me com
o sofrimento
da vida que
escolhi.
Sou feliz com
o infortúnio
que afugenta
minha cegueira.
Como posso
suportar os dias que não vivi,
das tardes não
amadas, das noites que não rezei.
Minha
esperança, a cada passo,
com novos e
profundos espasmos
ordena-me que
acredite na vossa misericórdia
que só Ele nos
concede.
Mandai-me, que
atinja os olhos meus!
Não preciso
ser casto com o consentimento do Senhor.
Derrama por
sobre essa criatura a miséria da vida humana,
alguém anunciava.
Contido em
suas dores,
as
enfermidades da alma libertam-se
do visgo que
lhe prendeu.
Oxalá, já não
basta!
Alimentar o
corpo enfermo
Com a minha
indigência
Reduzindo-me
ao nada.
Que a morte
não me arme ciladas no caminho!
José Lima Dias
Júnior — 06.09.2013
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