domingo, 8 de setembro de 2013

A trágica imperfeição dos desalentos

Peter Paul Rubens (1577-1640), pintor alemão, quadro The Apotheosios


Às vezes um traço desmaterializado
com bruscos sombreados arrasta-se
na solidão de uma poderosa força poética
projetada contra a nudez do relevo
que sugere a forma, absolutamente isolada,
transfigurada por um sofrimento que a consome
revelando a trágica imperfeição dos desalentos.

Os dias transfigura-se quase abstrato, sonhador.
Sempre igual, imóvel, quase público, quase privado.
Animados com a vida, os dias, luminosos,
aludidos silenciosamente inquietam-se com a delicada visão pictórica.

Retratados na escuridão do quarto com luzes e chamas, e,
captados nos seus ambientes se erguem sobre uma lâmina brilhante
as vibrações que se derramam na transparência atmosférica
dos seus aspectos transitórios a opulência das figuras humanas.


José Lima Dias Júnior — 08.09.2012


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