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Imagem do filme Thor: O mundo sombrio |
Verbo livre,
extremo, inquieto. Pelo vento se espalha num “exercício poético”. Como velhos arquétipos
de jovens escritores eis o reflexo de um lirismo canônico.
Mar absoluto,
esquina do litoral tipicamente imagética. Flutuava sobre o silêncio da melancolia
e das memórias da infância entre terra e oceanos.
Atmosfera
urbana cercada pela solidão e pelo medo, cuja sombra, sem limites, sujando a
luz da noite nega-se a penetrar em espaços coloridos.
A sombra, sem
brilho, vaga e sem enredos, insiste em não se aproximar da presença relativa da luz. Assim, desfeita a luz,
acoberta a penumbra entorpecida de formas transitórias quase sem vida, sem
alma, sem cor.
Numa dispersão, já distante, repousa noutros mares
minha adolescência. Gestos empoeirados, sem movimentos, desprendidos semeiam
negras rosas filhas da mesma haste em flor.
Assim, disfarçado, incorporo enredos coloridos que
abrigam nuvens derretidas molhando um rude sol amedrontado pela cálida neblina
tão fria e indiferente.
Triste sombra que insensível fica a luminosidade da
luz angustiada pelo corpo opaco. Libertando-se busca encontrar nos escuros tons
os ensejos perdidos soterrando os êxtases matinais.
Cruzando os indigentes horizontes, onde o impossível
não possa existir, a morte insepulta, jaz muda, derrama-se pelos charcos potenciando
os espasmos do transe.
José Lima Dias Júnior — 28.09.2013