sábado, 2 de novembro de 2013

Entorpecer


Quero embriagar-me do desvario do mundo
para registrar num papel molhado
os tremores da alma das criaturas aflitas.
Lá, onde a ordem subsiste a liberdade entre
sobressaltos e angústia parece ser uma trêmula chama
que a cada instante ameaça apagar-se. Porém, os loucos,
os insensatos, os revolucionários, os poetas soltaram bruscamente a palavra
como uma pedra atirada à água.
Assim, alguns goles de loucura entorpecem a alma.


José Lima Dias Júnior — 02.11.2013

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