sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Cavaleiro andante

Arte: Tomek Setowski, pintor polonês.

Nos intervalos de ócio um fidalgo com sua lança e adaga
caminha pelo imaginário dos altos céus onde as divindades
divinamente o fortifica com a luz das estrelas.

Ó, pobre cavaleiro andante desvela o sem fim que há em mim,
ressuscitando aquilo que perdemos outrora.
Cicatriza as feridas, da inacabável aventura humana, presente no
rosto e em todo corpo.

Cavalgando por entre sonhos percorre as vastas geografias do Ariosto
construindo com os moinhos de vento seu mundo cotidiano e comum.
Sancho Pança, seu fiel escudeiro, andarilho que no ardor do combate,
ambos entrevaram-se invencíveis nas sucessivas batalhas.

Louvarei em promessas os contínuos pensamentos que me levam a ti
onde se prosseguem as graças de viver intensamente na áspera penitência
em que se havia posto.



José Lima Dias Júnior — 15.11.2013

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