domingo, 10 de novembro de 2013

A estética da favela


A cidade viva com porta para a rua pranteando todas as manhãs.
A cada instante a ordem pública desampara a população que se move extenuada, lânguida, mórbida e doentia.
Numa dessas casas vi um vasto oceano de lamentos com Gente que reza aos céus esperando demasiado pela esperança que ainda não veio. 
A autoridade prepara o discurso com palavras padronizadas atiradas ao éter.
O penetrante dramatismo destas palavras entorpece a alma do povo para seguir o caminho torcido da alienação, ainda, hoje, desgraçadamente, se mantém fazendo morada no imaginário coletivo.

Entre a harmonia das formas e/ou das cores há seres esperançosos acalentando sonhos e sufocando os tormentos.


José Lima Dias Júnior — 09.11.2013

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