domingo, 28 de julho de 2013

Zona de cores vivas...


Van Gogh

Preciosos reflexos de ametista que enfeitam o desfile de reis vencedores manifestando novas e imponentes formas de civilização fez renascer sob diversos aspectos uma eternidade sem fim. Fora do tempo, o homem tem a necessidade de se redescobrir. Frisos murais anunciam sua extrema penúria. Aparecem elaborados em duas dimensões entre o bem e o mal expressando o realismo das coisas da vida. Quase recortadas fora da atmosfera da natureza, inspiradas numa forma abstrata, tais proporções anulam todo o sentido do espaço. O corte na carne dos vencidos, sorrindo, cheira flores fúnebres. A vida e a morte quase nuas executam uma dança ritmada com passos cada vez mais incisivo e miúdo. A tua ausência banhada pelo reflexo do mar infinito triunfa em salas abertas sobre zonas de cores vivas que há em mim. Alguns fragmentos do século pretérito, ornados geometricamente, avançam flexíveis e majestosos, transparente como vidro. Os dias acrobatas piruetam sobre o dorso das manhãs, enquadrando o desejo humano numa moldura de esperança. Através das palavras dos poetas-marginais podemos, pelo menos em parte, penetrar o drama humano e atingir a substancial unidade de espírito onde as personagens ganham espaço e voz para expressar sentimentos. 


José Lima Dias Júnior, 12:06, 28/07/2013.


Dedico esse texto a Yuri Hícaro e a Valéria Pinheiro Montenegro pela forma com que conduz as palavras e pela verve poética.

2 comentários:

  1. seu texto é o cenário turbulento de reviravolta cultural, tendo o sentido reflexivo e poético de uma vanguarda quase impressionista, se é que tenho autonomia para empregar este termo....

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  2. Prezado Yuri,

    Sou grato pelas palavras. Valeu amigo!

    Abraço,

    Lima Júnior

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