Dedico esse texto ao meu sobrinho, Daniel Medeiros, pela admiração, generosidade e carinho que tenho a sua pessoa.
Quadro Flores, Van Gogh |
Naturezas-mortas que outrora aflorou
uma imagem de juventude e de inocente felicidade revestem os átrios e os
jardins secretos que, produzem efeitos ilusórios, correm em volta do arrebol.
Solenes figuras, desenterradas, estendem-se ao longo dos dias díspares, cujas
personagens nuas movem-se com lentidão dentro do espaço limitado de si mesma. Por
entre um campo de mosaico surge uma nova civilização, misteriosa em sua origem,
exposta as catástrofes do tempo e dos homens. Aludida claramente à gênese de um
ambiente singular que não anula o efeito plástico do deslocamento dos pássaros
voando livremente entre as frondes presas no firmamento. Inúmeras iluminuras
ilustram os valores simbólicos tão diferentes da refinada elegância cromática
dos Evangelhos renovando as tradições tipicamente provinciais. Na abstração da
cor límpida pintada nos alvorecer das manhãs conservam uma evidência dramática
das ilusões humanas que sem uma língua autônoma se aproxima do idioma vulgar
dos sábios imortais velados por luminosidades irreais. Nas grandes vias das
peregrinações, o homem se desenvolve com o desabrochar das línguas de uma babel
popular sintetizando as culturas mais diversas. Com figuras de arcanjos e
profetas gravitando por entre os astros celestes sua fixidez sobre-humana
acentua-se pelos círculos dos caracóis azuis inteiramente pintados pelo brilho
intenso da pluma dos assanhaçu. Além muito além, três anjos em adoração acenam
para o amanhecer conservando a expressão simbólica dos
sentimentos que escorre de linhas curvas, delineada dentro de contornos
dinâmicos, pela mão que o criou. O grito lancinante dos homens voando em volta
da imagem contorcida de dor tragicamente destruída pela insensatez humana.
José Lima Dias Júnior, 15:21,
28/07/2013.
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