The Metamorphosis of Narcissus, Salvador Dali |
Na parede lisa
de pedra um ignoto artista andarilho soprou o pó de ocre que fez aparecer à
figura humana desde os civilizados do mar Egeu aos diversos sertões que habitam
dentro do peito. A transposição de imagens da realidade, o mundo físico que via
em sua volta era uma forma de transfigurá-las nas formas mais variadas da
representatividade abstrata. A materialidade do meio expressivo permite
imprimir na sua obra, de eficácia não inferior, o homem contemporâneo que
perdera o sentido dos valores coletivos em nome da própria individualidade. A
comunicação das imagens presas no imaginário deixa aflorar sinais não equívocos
de vida atirados à rua. Significados mágicos debelados com grande dificuldade
tinham um valor propicioso para sobrevivência humana. Vinculada aos valores
éticos, morais, sociais e religiosos a imaginação tornou-se uma parte viva da
existência para delinear os contornos matinais, que aparece com frequência, da
cotidianidade existente. Perfilado no fundo claro do dia, o homem permanece reduzido
ao silêncio que o criou. Sobre a superfície delimitada, densas de significados
rituais e mágicos, “um passado, uma historia, uma infância, uma caráter, uma
forma de vida” inscrevem-se no universo das tradições retratando os dramas
humanos.
José Lima Dias
Júnior, 10:25, 28/07/2013.
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