domingo, 28 de julho de 2013

Um artista diante duma obra-prima...


The Metamorphosis of Narcissus, Salvador Dali

 
Na parede lisa de pedra um ignoto artista andarilho soprou o pó de ocre que fez aparecer à figura humana desde os civilizados do mar Egeu aos diversos sertões que habitam dentro do peito. A transposição de imagens da realidade, o mundo físico que via em sua volta era uma forma de transfigurá-las nas formas mais variadas da representatividade abstrata. A materialidade do meio expressivo permite imprimir na sua obra, de eficácia não inferior, o homem contemporâneo que perdera o sentido dos valores coletivos em nome da própria individualidade. A comunicação das imagens presas no imaginário deixa aflorar sinais não equívocos de vida atirados à rua. Significados mágicos debelados com grande dificuldade tinham um valor propicioso para sobrevivência humana. Vinculada aos valores éticos, morais, sociais e religiosos a imaginação tornou-se uma parte viva da existência para delinear os contornos matinais, que aparece com frequência, da cotidianidade existente. Perfilado no fundo claro do dia, o homem permanece reduzido ao silêncio que o criou. Sobre a superfície delimitada, densas de significados rituais e mágicos, “um passado, uma historia, uma infância, uma caráter, uma forma de vida” inscrevem-se no universo das tradições retratando os dramas humanos.


José Lima Dias Júnior, 10:25, 28/07/2013.

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