Olhando o
relógio,
no último
minuto,
perguntei à
derradeira hora:
— Por que são
vãs todas as manhãs?
Ela respondeu:
— Para que
acumulem, nos intervalos de tempo,
as queixas
humanas enquanto os sonhos e desejos
vêm a caminho.
Alagadas e
intransitáveis as sendas confluíram
como rios que
não encontrando outro caminho deságuam no mar.
Um universo
arrebatado de entusiasmo
transcende
como o voo e o canto das aves
decifrando os
segredos do crepúsculo da manhã.
Percorrendo em
cada linha, redivivos avançam com lentidão de caracol.
José Lima Dias
Júnior — 29.10.2013
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