Perdi a
infância quando nasci. As pessoas recusavam servir-me. Reconheci as lembranças
do meu passado, decorrido nesse tempo presente, que não passa por mim, onde a
vossa iniquidade repousa no mais íntimo das coisas.
Não me lembro
de ter vivido no ventre materno. Tudo se oculta nas trevas do meu esquecimento.
Como posso dela recordar se nem as reminiscências conservo.
Das ruas manifestam-se
sentimentos, gritos e movimentos diversos em busca do desejo de tê-la. Assim,
no traçado dessas vias dolorosas, uma linguagem natural indica a afeição da
alma.
Ainda menino,
comecei a me tornar adulto, cuja maldade dos homens me ignorava, multiplicando
as dores. Desobedecendo às ordens, e não para servir aos seus desígnios,
ansiava o futuro sem nenhum obstáculo, isto é, uma vida eterna que nos é
prometida, quando ouvia ainda criança.
José Lima Dias
Júnior
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