terça-feira, 25 de junho de 2013

Diante do mestre...




Acabaram, em todos os sentidos, as divergências. Porém, não desaparecia repentinamente a sua supremacia sobre o mundo. Ambientes irregulares, onde não havia espaços moldados nem formas poéticas justapostas. Era, na verdade, um lugar sóbrio marcado pela sucessão de erros e tentativas, mas, por vezes, sereno em que cada ponta de esperança marcava um grande passo a frente. O menino que corre para a beira do caminho vê aproximar-se um demiurgo, visivelmente cansado. Acena-lhes para que a manhã repouse e refresque o espírito. Depois de se terem descansados, sentam-se todos à mesa para degustar suas glórias diante da realidade imposta pela austeridade humana. A seguir ao próprio artesão divino, o menino lhe aconselhava a construir um novo tempo, já que estava velho e decidido a não começar antes de ter desenhado o homem não necessariamente como uma pessoa vingativa ou obstinada à barbárie e a selvageria. Mas um ser grandioso e repleto de humildade a caminhar por um campo de flores aquecidas pelo Sol, impregnado de uma luz intensa e contínua, que entra pelo amanhecer e atinge o alvorecer. Adiante, o “velho mestre” murmurou em segredo: 

— Santificarei as crianças e beatificarei as mulheres!


José Lima Dias Júnior

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