terça-feira, 11 de junho de 2013

A divina comédia humana...






As vidas nas suas infinitas e, sempre, mutáveis aparências desprende uma força que acomete todas as coisas criadas e obriga o tempo a participar sem descanso da loucura dos homens. Cria imagens que afloram a fantasia e universalizam as composições figurativas no escasso espaço em que se movem num ambiente de luminosidade clara e de cores frias, para descobrir uma alegoria inimitável de gentis-homens, quase meninos, caracterizadas por formas vivas e imperativas. Das figuras idealizadas pelo criador se estendem às almas e os gritos lancinantes das criaturas em dor, que atingidas por tonalidades radiosas fez emergir das entranhas uma subversão anárquica da última juventude. Na esquina do século, o homem contempla a asfixiante miséria e às suas esperanças perdidas que levemente embalada se afasta dos valores de uma sociedade cortês para atingir o microcosmo débil e tardio da comédia humana. Cambaleantes, formas enigmáticas e grotescas quebra brutalmente o silêncio e trocando cumprimentos seguem pelo rio abaixo.


José Lima Dias Júnior

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