terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Sob as vestes do eu

Imagem: Nico Ouburgo, fotógrafo holandês.


Quando o tempo aponta em direção
a outro modo de ver a existência
penso que partir não é o fim.

Nada mais é do que o movimento
de abrir e fechar a porta, mesmo que
recolhido em si mesmo sob as vestes da solidão,
[onde toda tristeza se expande num sentido amargo]
teremos que executarmos tal movimento.

O tempo parece se repetir ao infinito
quando guarda em si mesmo a luz da manhã
onde o pássaro beijando o poente atinge o vazio
se materializando e tomando parte nesse itinerário.

José Lima Dias Júnior — 22.12.2014

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