segunda-feira, 13 de maio de 2013

Entre delírios cognitivos...






Para colher os aspectos transfigurados até negar sua própria natureza, o homem busca na materialidade do meio expressivo a comunicação das imagens, anulando os valores e recriando nos tons das manhãs uma narrativa contada com realismo invulgar contidos na superfície de um desenho linear. A herança clássica manifestava  novas e imponentes formas de civilização já evoluída, de modo, a poder vê-la enquadrada por uma moldura que parece evocar a insensatez dos homens.

De tua unidade linguística e cultural procuro de qualquer modo reproduzir as cores vivas que revestem o tempo. Para descobrir todo aquele mundo, de juventude e de inocente felicidade,  que escorre em volta das minhas mãos. Figuras inanimadas movem-se com lentidão dentro do espaço limitado de um rio que deságua em ti. Constituindo uma nova era alcança uma forma substancial tardia, embora aludisse claramente à gênese de um ambiente popular. De modo perfeitamente simétrico, mantido em gestos densos e vibrantes, abandona os valores morais.

A superfície turva das quimeras cria modulações pictóricas de um horizonte sem fim, roubando-lhes a opacidade dos dias e o valor poético da desesperança. Uma exaltação quase simbólica reaparece muito clara nos painéis vivos tingidos pela piedade humana. Incisivo como a representação dos Evangelhos, quase irreal, recordamos a hierática imagem do sofrimento divino, tocada pelos raios de luz que emanam do arrebol à substância vital dos querubins confinados nos confins celestiais. 

Por José Lima Dias Júnior

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