quarta-feira, 11 de abril de 2012

Nos jardins das manhãs...



Desde o princípio,
sua psicopatia,
funda-se numa exaltação
de ritmos lineares,
onde nobres damas
aparecem sob a veste
de um mundo em abandono.

De imaculada pureza,
criaturas débeis movem-se
dançando nos jardins das manhãs,
que se exprimem no timbre
cristalino de uma cor brilhante e ideal.

Vocábulos cristalizados se desprendem
das paredes luminosas dos dias,
que repousando em grandiosos retábulos,
oferecem uma contínua capacidade de se renovar.

Por entre pórticos sombrios e  terraços soalheiros,
ultrapassando os limites da realidade,
movem-se com naturalidade nos espaços definidos pela perspectiva
rostos e imagens escondidos da vida de todos os dias.

Dotado de uma extraordinária força criadora,
enfrenta a realidade da natureza que desfila diante de nós.
Personagens terrenas que assistem ao milagre,
extasiada pela espiritualidade das figuras divinas,
aparecem em desconcertante contraste
com a loucura e a realidade.


José Lima Dias Júnior

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