No seu mundo físico,
representativo e abstrato,
sigo a caminhar
ao longo daquela via,
onde o pó de ocre
define o acto da pintura
e a transposição de imagens infinitas da realidade.
Delineando a vida em contornos
e atribuindo-lhes significados mágicos,
coloco-me perante a natureza para colher
os seus aspectos transfigurados,
até negar totalmente a parte viva da existência.
Assim, vou esculpindo os dias
com um sílex afiado,
que assinala no fim da noite
a figuração existente dos homens.
Uma tensão premente,
captada em movimentos,
colhe da noite o néctar das manhãs.
Alternando com os outros animais,
o homem anula todo o sentido da transcendência.
José Lima Dias Júnior
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