sábado, 18 de janeiro de 2014

Inquietas calmarias

 
Foto: Pascal Maitre


Atravessando o tempo para costurar
nossas vivências com as raízes do silêncio
sucumbi entre os destroços de um combate
que nunca existiu e peguei carona
na cauda do cometa que partiu
na incerta hora do crepúsculo.

Vi os sobreviventes serem conduzidos para
um local de configurações oníricas onde as
interditas criaturas habitavam a fronteira entre
a água e a terra.
Aniquilaram quase tudo, até a alma sangrando
foi abatida.

No tempo da vida onírica, o fluir das águas corre
para além do ser e do não-ser, onde a vida e a morte
são os dois lados extremos da existência humana.




José Lima Dias Júnior – 18.01.2014

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