terça-feira, 22 de maio de 2012

Desalinho...



Por um instante,
A Arte captou,
No equilíbrio precário do corpo,
Tons azuis-violetas mortiços,
Na posição acrobática,
Que surgem em contraluz,
O verde-marinho,
Que desliza à nossa frente,
Uma imagem imobilizada,
No centro de um espaço vazio,
Onde cores oblíqua evoluem em rotação,
Que de improviso chegam até o chão.
Recomposta na memória,
De um mundo visível,
Tracejado na paleta viva do autor,
Tão original como magistral,
Os rostos matinais,
Refletem na luz opaca,
Rompendo a folhagem,
No negro passado das manhãs.
Um artesão ligado à tradição,
Liberta-me do impressionismo,
Latente em teu olhar,
Porém, fora do lugar.
O traço que constrói,
O abismo, a loucura e a dor,
Ao mesmo tempo destrói,
A figura humana,
Que refugia-se da sua enfermidade,
Da sua solidão, dos corpos opulentos
Incabados numa mesma composição.


 José Lima Dias Júnior

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