quarta-feira, 25 de julho de 2012
Aridez...
Por forças das condições históricas,
Seres decaídos exprimem uma solidão,
Que se refletem em cores vibrantes,
Que se traduzem em céus incandescentes,
Modificados pela paisagem...
Rostos marcados pela aridez de seu tempo,
Carnes a sangrar suplicam pela esperança,
Cujo mundo impiedoso conclama seus carrascos e juízes,
Que entre palavras e gestos violentos acenam para a multidão...
Oh, obssessiva existência de um mundo sem Deus!
Que me sugere sempre uma certa angústia e solidão,
Porém, sou extremamente gracioso,
mas oferece-me uma felicidade mórbida,
De cor homogênea e viva,
Que nunca abandonou a brevidade das manhãs...
José Lima Dias Júnior ("Amil Said")
quarta-feira, 18 de julho de 2012
Quimeras...
Devaneios figurativos,
Cuja inocência,
De uma realismo onírico,
Cavalga no livre curso,
Ligando-se ao movimento,
Das direções aparentemente divergentes,
Liberto dos modelos exteriores,
De uma escrita inventada,
Da nudez escancarada,
Da verdade não achada,
Do desenho que obedece,
A um impulso interior,
Sem pretensão,
De captar das manhãs,
As aparências sonhadas,
De um mundo real,
Prolongando-se
Na sua singularidade,
As intermitências da morte,
Onde impõe o silêncio,
Em traços leves e dispersos,
Que ultrapassa o horizonte encorpado
Pelo lume viscoso do tempo,
Se encurvam, se transformam
Num espelho que reflete a luz,
De uma natureza mais nobre,
Cujas, as linhas curvas e alongadas
Transmitem a melancolia das tardes,
Que contrasta com a alegre noite,
Preservando a sensação
De espaço livre e vazio,
Cuja força criadora conservou.
José Lima Dias Júnior
quarta-feira, 11 de julho de 2012
Limites arbitrários
Pacientemente escrevi,
Na folha em branco do tempo
Palavras e frases
Susceptiveis para serem lidas por todos.
Povoadas de seres e coisas,
Que o tempo me deu,
Para libertar a imaginação
Dos limites arbitrários,
Impostos pela tirania
De um mundo estático,
Sem relação mútua
Com um presente-futurista,
Que procura mostrar o caminho,
Em várias direções perfeitamente identificáveis...
José Lima Dias Júnior
Singular
Capaz de renunciar
O mundo dos objetos,
Procurei alcançar
Uma forma extrema de liberdade,
Atendendo à sua singularidade,
Recheada de rostos e cidades em movimento,
Cujo rastro de luz,
Se perde no horizonte sem fim,
Para reproduzirem as raízes que nos sustenta.
José Lima Dias Júnior
domingo, 8 de julho de 2012
Diversos planos...
Auto-retrato cubista (Salvador Dalí, 1923) |
A arte que se descobre,
Sem modelo,
Simulaneamente expressiva.
Sugerindo uma espécie de explosão,
De efervescência lírica,
Onde passo a chamar-te Composição.
Das relações mais simples entre as formas,
Estruturas identificáveis à medida que forem evoluindo,
Procuram as diferentes funções das linhas, das cores,
Que numa linguagem pessoal,
Nada recorde a existência,
Para preencher retângulos desiguais,
Na verdade mística do cais,
Que separa os diversos planos,
Que atinge o limite extremo,
De uma superfície reluzente.
José Lima Dias Júnior
quarta-feira, 4 de julho de 2012
Lembranças...
Me alimento de lembranças,
De formas e de sensações,
Colhidas na realidade visível,
Vividas na infância,
No meu tempo de criança...
José Lima Dias Júnior
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